sábado, 4 de abril de 2015

Malu e os Patins (Peripécias)

Quando criança eu tinha dois grandes sonhos: Ter uma casa na árvore e um par de patins. O primeiro eu nunca tive nem chance de realizar. O segundo eu ainda cheguei perto, mas minha mãe tinha um medo gigantesco de me soltar por aí sobre 8 rodas. Não a condeno, afoita que eu era. Mas eu tinha acesso fácil àquelas coisas, realizava trocas com as minhas amigas. Meu mini-game, minha bicicleta, trocava por uma semana com quem se disponibilizasse e passava a semana com os patins alheios. Era êcstasy! 
Eu rodava a cidade toda, sobia e descia ladeiras. Arriscava até o calçamento, estrada de terra, onde eu pudesse. Não me lembro de quedas (provavelmente ocorreram, mas não registrei). Nunca perdi a vontade de ter o meu, e minha irmã também. Minha mãe ainda pensou em comprar um, mas quando o grande dia chegou, não havia o número da gente (39-40) na loja. Decepção definia!
O tempo passou, cresci, amadureci e os patins não esqueci.
Recentemente, minha irmã realizou o sonho dela: comprou um! Já dizia a música de Roupa Nova "eu compro o que a infância sonhou". Meus olhos brilharam e os dela também. Fui visitá-la, sonhando em colocar os patins e rodopiar por aí. 
Esse é o da minha irmã.
Continuo andando no par alheio hahaha
O meu ainda virá (eu acho)
Calcei e "eita Giovana!" Nem em pé consegui ficar. As pernas tremiam feito vara verde. Não obedeciam aos comandos do meu cérebro emocionado. Rapidamente tirei, não sou mais tão afoita como era. Passados alguns dias, estando de folga aqui em Luís Gomes, RN (cidade em que eu cresci e andava de Patins), resolvi fazer um novo teste.
Ainda consegui me equilibrar por cerca de 20 minutos. Fiquei em pé e quase que andei sozinha. O sorriso era de criança e a felicidade nunca foi tão simples. Mas ainda não consegui andar direitinho, sem prática, e não é como bicicleta que a gente nunca esquece. A memória motora ainda existia, lembrava de como eram certos movimentos, mas só lembrava. Mesmo assim me diverti muito e quase sofri uma queda gigantesca que provavelmente representa o medo da minha mãe. Resolvi guardar os patins.
A Malu de 11 anos ri muito da de hoje. Mas quem sabe quando eu comprar o meu, não consiga me equilibrar como antes?! Esse é o tipo de coisa que eu fico pensando: deixo a lembrança desse sonho na gaveta ou realizo a todo custo? Quem não tem um sonho de criança que só pode comprar depois de adulto?!

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